Milk-shake de pudim, sanduíche de pastel, batata split. A criatividade não tem limites!
São Paulo é chamada de capital brasileira da gastronomia e faz jus ao título. Nesta cidade, você pode provar de tudo, de tudo mesmo! Conheci alguns lanches super legais que me obrigaram a falar sobre isso, afinal, o brasileiro é criativo.
BATATA SPLIT
A combinação de batata frita com sorvete pode não ser novidade, mas esta sobremesa é. Eles fritam batata canoa e envolvem no açúcar com canela. O sorvete e as coberturas ficam à escolha do freguês. É realmente ma-ra-vi-lho-sa! A batata pura não é doce nem salgada e prepará-la assim foi uma excelente ideia! Você pode usar a própria batata como colher e se deliciar com o contraste da batata quente e crocante com o sorvete.
Batata Split com sorvete de creme americano e cobertura de Nutella
MILK-SHAKES DE PUDIM E DE UNICÓRNIO
Se existir um troféu Diferentão SP vai para o Chippers. Impossível não se encantar com suas invenções que, além de bonitas, são deliciosas. O Milk-shake de pudim tem um pudim de verdade e delicioso em cima e a bebida toda tem seu sabor. Além disso, você não usa colher para comê-lo! Você fura o doce com o canudo e chupa! Virá o pedaço de pudim com a bebida. Já o de unicórnio tem sabor de infância, simplesmente isso! É feito com um sorvete exclusivo que mescla sabor de framboesa azul e de chiclete. Não é enjoativo, é na medida, recomendo demais, pois não é apenas um lanche decorado, o sabor casa perfeitamente com a proposta.
Foto: Márcio Coronato
Sorvete especial
LANCHE DE PASTEL
O Partiu Pernil juntou o sanduíche de pernil com pastel e o resultado é este. Um sanduíche crocante. No entanto, tem que comer com talheres, porque faz bastante farelo.
KIBIZZA
A Kibizza na verdade passou para a categoria de lanches misteriosos. Eu provei em dezembro do ano passado no Bar Violeta, localizado na rua Augusta, centro de São Paulo. Era madrugada e meus amigos pediram este ítem super diferente do cardápio. Foi uma das combinações mais malucas que já vi. Era uma pizza, mas em vez da massa, era kibe. Fizeram um kibe em formato de disco e por cima puseram as coberturas. Havia sabores como calabresa, portuguesa, enfim, os tradicionais de pizza. Ficou bom, mas o estranho de tudo isso é que voltei lá para comer novamente e fotografar, mas não achei. Mais do que isso, o garçom nunca tinha ouvido falar. Se eu não estivesse com um grupo de amigos como testemunhas naquela noite, eu diria que sonhei. Mas é isso, você pode tentar fazer em casa. Infelizmente não tenho foto, então tente imaginar ou busque fotos nas redes sociais.
Os pratos para festejar o ano que começa mudam bastante em cada país. Veja alguns cardápios e inspire-se!
Se para você é super natural vestir branco e comer lentilha na virada de ano, saiba que isso é algo bem brasileiro. Quem já passou a virada de ano em outros países sabe que é bem diferente. De 2009 para 2010, a minha foi em Frankfurt, Alemanha, na casa do meu irmão. Ele preparou um buffet maravilhoso com vários pratos quentes e frios e sim, havia peru, para o desespero dos brasileiros mais supersticiosos. Era inverno, então vesti minhas roupas para frio e nenhuma era branca, muito menos pulei as sete ondinhas. O que teve em comum foi o brinde e a festa que seguiu até altas horas. Decidi conversar com alguns estrangeiros para conhecer outras formas de festejar e, quem sabe, inspirar os leitores.
Árabes/ palestinos
Segundo a palestina Dima Msallam, o mais tradicional é fazer frango recheado com arroz, o Jaj Mahshy. Pesquisei e vi que há vários países do Oriente Médio que comem este prato, encontrei diversas receitas. Uma opção gostosa e barata.
Espanha
O madrilenho Borja Serrano explicou que, conforme a região da Espanha, mudam os pratos. Aliás, é interessante destacar que há bastante diferenças gastronômicas no país, que é uma junção de reinos, o que explica o separatismo dos catalães. Voltando ao assunto, segundo Borja, costumam comer carnes. Em Madrid, ele afirma que é muito comum comer peixe assado no forno com batatas, o Besugo al horno con patatas panaderas ou patatas escalfadas, “na minha família é o que costumamos comer, até porque é um prato mais leve para consumir à noite”, conta Borja. Asugestãopara quem está no Brasil é utilizar merluza. Basta procurar no Google e aparecerão muitas receitas.
República Democrática do Congo
Primeiramente, é bom destacar que a República Democrática do Congo não é o mesmo país que o Congo, embora quem nasça em ambos os países seja congolês. Segundo Francis Mwanza, em sua terra natal, as festividades ocorrem no dia 1º de janeiro, “no meu primeiro ano aqui no Brasil fui à Cidade Baixa e estava tudo fechado, estranhei muito”, lembra o jovem. A Cidade Baixa é um tradicional bairro boêmio de Porto Alegre , onde ele mora. Na última noite do ano, é tradição na República Democrática do Congo ir à igreja e encerrá-lo de maneira mais espiritual para iniciar o próximo junto a Deus. As comemorações não tem uma comida típica, eles comem os pratos tradicionais mesmo, compostos por frango, feijão, banana da terra e peixes. Gosto de destacar as sambusas, que são uns pastéis fritos com recheios como peixe, carne e vegetais. Outro ícone dos países da região é o fufu, o acompanhamento de muitos pratos, é tipo uma polenta. É uma massa cozida à base de farinhas de milho, arroz, ou mandioca, varia conforme o local.
Fufu com coxa de frango. Foto: Benketaro
África do Sul
Assim como nós, os sul-africanos estão no verão agora. Segundo a Natalie Chicksen, em seu país eles costumam fazer um típico churrasco americano ao ar livre, com carnes, linguiças e saladas de acompanhamento, entre elas, a de batata. Segundo ela, também tem muita cerveja. “Não pode faltar a cerveja, aqui gostam muito!”, afirma. Quem preferir vinho (como eu) pode optar pelos vinhos sul-africanos, que são deliciosos (recomendo).
Alemanha
Eu já falei inicialmente como foi a minha experiência. Procurei uma amiga alemã, a Judith Kratz, para saber mais. Segundo ela, é muito comum os germânicos se deliciarem com fondue de queijo e raclete, que é um queijo derretido junto de vários acompanhamentos, como pão, cogumelos, bacon e o que mais quiser. “O pão sempre tem, os alemães amam pão!”, explica. Pelo que vi, é um cardápio condizente com as baixas temperaturas.
Hungria
Por lá os pratos também tem a ver com o frio, mas um se destaca. É o Disznó Kocsonya, que é uma gelatina de porco. De acordo com a húngara Szilvia Simai, ela é saborosa e exige muitas técnicas e tempo em sua preparação. “Fica muito interessante, leva vários condimentos, como a pimenta, e tem que saber a técnica de congelamento ao preparar”, explica. Este prato tive um pouco mais de dificuldade de encontrar receitas, então ao final desta matéria tem uma receita que achei em um grupo de receitas húngaras no Facebook.
Disznó Kocsonya [kocsonya de porco] Este prato é conhecido e muito apreciado na Hungria, pode ser feito com diversas carnes. • Ingredientes: Carnes: ½ cabeça de porco, 2 pés, couro e 2 joelhos, completando assim mais ou menos 2 kg. ½ kg de carne (pernil) Temperos: 1 folha de louro 1 maço de salsinha 1 cebola inteira 3 dentes de alho inteiros pimenta do reino em grão (10 grãos) paprika a gosto sal a gosto • Modo de preparar: Limpar e lavar bem as carnes, colocar na panela. Acrescentar os temperos, cobrir com água e iniciar o cozimento. Assim que abrir fervura, deixar cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 3-4 horas, observando para que a água se mantenha sempre no mesmo nível (1½ litros mais ou menos). Quando as carnes estiverem macias e despreendidas dos ossos, selecionar os pedaços, descartando os ossos e partes que não se deseja comer e, arrumá-los em vários pratos de sopa. O caldo deve ser coado e depois de esfriado, a gordura removida da superfície com uma concha. Com a concha, colocar o caldo em cima das carnes em vários pratos fundos separados, até cobrir fartamente. Deixar esfriar e levar à geladeira, mas não congelar. Assim que adquirir a consistência de uma gelatina, regar com suco de limão e consumir. ————————————————————————————————— Esta receita foi enviada por Zita Kalmar Viquetti, de Jundiaí, SP.
Cooperativas ajudam pequenos agricultores familiares a produzirem cafés de alta qualidade que têm projetado o Brasil no mercado internacional.
Aos 12 anos, Ronaldo Reis Madeira plantou a primeira lavourinha de café. Usou a terra não para brincar, mas para torná-la sua profissão. Hoje, aos 36, Ronaldo afirma que não sabe fazer outra coisa e que o café é mais que seu ganha-pão, é paixão. Ele não tem estudos formais na área, mas o café de sua propriedade é um dos melhores do mundo. É pelo modelo de agricultura familiar, no Sítio Mandioca, em Nova Resende, Minas Gerais, que produz os grãos premiados. Aprendeu na labuta diária e com o apoio da Cooperativa de produtores de café Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda), da qual é cooperado.
Durante o processo, tudo pode dar errado: no cultivo do pé, na colheita e na pós colheita, tudo influencia. “Quando a gente faz com amor, é diferente”, justifica. No desenvolvimento das plantas, as quantidades de água, sol e calor devem ser balanceadas. Ao colher, o fruto tem que estar maduro: nem passado, nem verde, mas no ponto correto. Na pós-colheita, é fundamental cuidar com a umidade para que não haja fungos. Uma série de detalhes que fazem a diferença entre um café comum e um café especial. O de Ronaldo, é especial.
Da esquerda para a direita, Ronaldo é o segundo, de camisa bordô.
O título é dado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), que leva em consideração uma análise criteriosa de fragrância, uniformidade, ausência de defeitos, sabor, corpo, finalização e harmonia, baseada em referências internacionais. Para ser considerado um café especial, cada amostra deve atingir pelo menos 80 pontos na escala de avaliação sensorial da Specialty Coffee Association (SCA), que vai até 100. A produção do sítio Mandioca alcançou 88,32 pontos na Cup Of Excellence- Brazil 2018, considerada a Copa do Mundo dos Cafés especiais por sua importância no meio.
O produto de Ronaldo Madeira recebeu certificação internacional ao ficar entre os 20 melhores do concurso, cuja nota mínima para participar é 86,00. Chegar ao Cup Of Exellence já é uma vitória. “O fato de ficar entre os 20 melhores faz com que a renda melhore e nos dá muito orgulho, não há dinheiro que pague”, comemora o agricultor. O evento aconteceu em Guaxupé, interior de Minas Gerais, em outubro deste ano. A avaliação ficou por conta de 29 juízes especialistas de vários países, como Estados Unidos, Japão, China, Bulgária, Rússia, Austrália, Índia e Alemanha. Mais de mil amostras foram inscritas, mas apenas 40 foram consideradas aptas a participar.
Ronaldo é o retrato da nova geração do café brasileiro: propriedades de todos os tamanhos que vêm se dedicando a um mercado crescente, cuja demanda é qualidade, não quantidade. Tudo isso é novidade para o agricultor. Apesar de trabalhar com a cafeicultura por mais da metade de sua vida, a produção dos grãos de alta qualidade começou há menos de cinco anos, fruto de um trabalho de formiguinha de cooperativas como a Cooxupé. “Eles nos dão cursos, palestras, enviam engenheiros agrônomos para as nossas propriedades, a Cooxupé é parceira mesmo, está sempre incentivando a produção de um café de melhor qualidade”, afirma Ronaldo.
A cooperativa conta com mais de 14 mil cooperados, sendo 95% deles pequenos produtores que vivem da agricultura familiar. A organização oferece, além de capacitação, estrutura para torrefação, laboratórios, geoprocessamento, entre outras ações. No site da cooperativa há uma loja online que vende pacotes de cafés premium produzidos pelos cooperados. O trabalho direto com pequenos agricultores é voltado para agregar valor ao produto, o que ajuda no desenvolvimento regional. Se hoje a saca do café comum custa em média R$ 450,00, a do café especial pode custar até 20 vezes mais. Produção que tem demanda crescente.
Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) projetou crescimento de 19% deste mercado interno para 2018. A estimativa é de que até o fim deste ano sejam vendidas 705 mil sacas, resultado 23% maior que o de 2017. Os dados foram obtidos pela consultoria Euromonitor, que mostraram crescimento do consumo nos últimos anos. Em 2016 foram vendidas 490 mil sacas, 25% a mais que no ano anterior. A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) também avalia positivamente este mercado. A entidade classifica o momento atual como a 3ª Onda do café, com novas formas de consumo, demanda, criação de cafeterias especiais e clubes de assinatura.
Minas Gerais concentra a maioria dos produtores de café.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil é o maior exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor da bebida. Este é o 5º produto mais exportado pelo país. No ano passado foi responsável por uma receita de US$ 5,2 bilhões. São 300 mil produtores, a maioria em Minas Gerais e São Paulo, sendo o estado mineiro o que concentra a maior quantidade. Os cafés especiais correspondem a 16,2% da safra total. Número que tende a crescer. Hoje a quantidade não é mais o principal foco, o Brasil tem se tornado referência nos grãos especiais. De acordo com a Diretora Executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais, Vanusia Nogueira, até 20 anos atrás, o foco era apenas a quantidade. “Começamos a falar em cafés especiais no Brasil em 1991, com a criação da BSCA, graças a pioneiros, como a Cooxupé, que se mobilizaram para que o Brasil fosse reconhecido e ganhasse mais espaço nos mercados internacionais como produtor de alta qualidade”, explica. De acordo com Vanusia, se antes estávamos atrás de países como a Colômbia, que se antecipou neste movimento, hoje já somos protagonistas.
Os cafés selecionados foram avaliados por juízes de vários países no concurso Cup of Excellence.
Das mãos de gente como Ronaldo, os grãos passam por cooperativas e chegam até as estantes de mercados e cafeterias de países como Japão e Estados Unidos, com consumidores ávidos e exigentes. Segundo o diretor executivo da ACE – Alliance For Coffee Excellence (Aliança pelo Café de Excelência, em tradução livre), sediada nos Estados Unidos, Darrin Daniel, atualmente a produção nacional tem prestígio. “Os cafés do Brasil têm sabores ricos e complexos, os brasileiros lançam tendências mundiais atualmente”, elogia. Danny Peng, de Singapura, foi um dos jurados do Cup Of Excellence, além de ser um coffee lover em seu cotidiano. O asiático não poupou elogios ao que lhe foi apresentado neste concurso. “Os cafés que provei aqui são ‘uau’, incríveis mesmo! Os sabores puxam para manga, melancia, morango, são muito ricos”, vibra.
Entre os jornalistas brasileiros e estrangeiros que cobriram o evento, era unânime a expressão de aprovação ao degustar cada xícara. “Sabemos que por trás de cada amostra tem uma vida, uma família”, define a jurada Alda Maria Cruz, de Aracaju, Sergipe. Vidas e famílias como as dos vários Ronaldos que ajudam a projetar o Brasil.
Amor em forma de açúcar, manteiga e farinha. Esta é a receita de sucesso do Matheus Gabrielli.
21 de setembro, na quinta-feira da semana passada, foi o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Decidi ir atrás de histórias inspiradoras relacionadas à gastronomia e, para minha alegria, encontrei muitas. Apesar de publicar aqui no blog uma semana depois da data, acredito que continua valendo, afinal, inclusão é um tema para ser abordado todos os dias.
A versão de rádio foi ao ar no dia 21/09 pela Agência Radioweb e você pode ouvir aqui.
Eu conheci o Matheus Gabrielli, um jovem de 25 anos que, como tantos outros brasileiros, decidiu empreender após perder o emprego. Até aí nada novo, muitos fazem o mesmo, no entanto, ele tem Síndrome de Down, o que seria um obstáculo aos olhos de muita gente, exceto para ele e sua família. Ele vende biscoitos amanteigados e faz sucesso, a receita é da família. A mãe, Sandra Gabrielli, conta que a ideia surgiu por acaso, há cerca de um ano, em um momento de tristeza do rapaz. “Ele estava triste porque perdeu o emprego na empresa onde trabalhava. Eu disse que ele poderia trabalhar de outras formas, por exemplo, vendendo estas bolachas para seus amigos, na hora o Matheus se empolgou”. Sandra compartilhou no Facebook e os amigos começaram a comprar. Chegou o momento em que decidiram dar mais um passo: ela publicou em um grupo no Facebook, chamado Rede Dots, onde pessoas divulgam seus trabalhos e ideias. Segundo Sandra, o sucesso foi rápido. “Em pouco tempo eram mais de 600 comentários de interessados”, lembra.
Eles fazem as entregas nas catracas de metrô de São Paulo por toda a cidade. Inclusive, no dia em que liguei para fazer esta entrevista, eles tinham acabado de voltar de uma entrega. Para o cozinheiro, é importante conhecer o seu público. “Eu que entrego e gosto muito”, afirma o rapaz. Hoje, em função da demanda, foi necessário criar uma agenda. A entregas ocorrem todas as quintas-feiras, fora isso, é possível encontrá-lo aos sábados vendendo seus amanteigados no Café Chefs Especiais, na Rua Augusta, capital paulista, onde o empreendedor é visto conversando e interagindo com o público animadamente. “Ele precisa de tempo para preparar a massa e para suas outras atividades, o Matheus é fotógrafo, faz teatro e dança zumba”, explica a mãe.
Mais do que uma forma de ganhar o próprio dinheiro, a cozinha foi um meio de resgatar a auto estima e a independência. Matheus despertou para a gastronomia graças ao Instituto Chefs Especiais, local que frequenta há oito anos. Hoje, ele é apaixonado pelas panelas e produz sozinho seus biscoitos. “Ele que faz, mas outras receitas mais complexas preparamos juntos, ele adora cozinhar”, conta Sandra.
Bolacha sabor baunilha, deliciosa!
No dia em que liguei, o jovem estava justamente testando o vídeo game que havia acabado de comprar com o próprio dinheiro. Ele guarda seus lucros em um cofre. Curiosa, decidi ir conhecê-lo no sábado após esta entrevista. Cheguei lá e restavam poucos pacotes, todos do sabor baunilha, os demais estavam esgotados. Matheus me recebeu com um abraço apertado e sincero que transbordava amor. Foi um dos abraços mais gostosos que recebi na vida. Tão gostoso quanto as bolachinhas, que tive o prazer de degustar. São deliciosas, têm sabor de infância, de casa de vó. Provavelmente, graças ao amor e à dedicação do Matheus no preparo. Recomendo muito!
Onde comprar?
As entregas ocorrem em São Paulo e eles aceitam diversas formas de pagamento.
São seis sabores: baunilha, canela, laranja, limão, goiabada e coco.
Uma lista de curiosidades super legais sobre gastronomia!
Aqui tem uma lista de curiosidades em constante crescimento. Se quiser aprofundar mais nestes assuntos, é só acompanhar as matérias do Entre Cozinhas e Histórias no blog e pela Agência Radioweb.
O bauru não surgiu no município de Bauru, em SP. Ele foi criado na cidade de São Paulo
Abacate na sobremesa é só no Brasil mesmo. Nos outros países, ele é comido em preparações salgadas. Causa bastante estranhamento nos estrangeiros falar na versão doce
Na Polônia, há receitas de doces que levam alho, cebola e chicória
Brasileiros já precisaram fazer uma petição para poder comer frango
O pão de queijo se espalhou pelo Brasil a partir da década de 1950, antes disso, só se encontrava em Minas Gerais e sua receita era secreta
Você já ouviu falar da Revolta da Cachaça? Foi em 1660. Portugal não permitia a fabricação e comercialização da bebida. Apenas no dia 13 de setembro de 1661 a Coroa mudou de ideia e derrubou a proibição. Ficou instituída esta data como o Dia Nacional da Cachaça
Dom João VI amava carne de galinha, principalmente as coxas. Há relatos de que ele comeria de duas a três aves inteiras por dia
Em países como Tailândia e Japão não se come feijão salgado, mas doce
De acordo com a ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados) 110 milhões de brasileiros usam o termo bolacha, enquanto que 99 milhões chamam de biscoito.
Na Tailândia você não vai encontrar facas na mesa, eles usam apenas garfo, colher e hashis, pois a comida já vem picada
O bolo de chocolate teria surgido em 1674, na Inglaterra. Tiveram a ideia de adicionar cacau à massa e de lá para cá é só amor
O Dia da Pizza surgiu em 1985, no estado de São Paulo. O então secretário de Turismo, Caio Luiz de Carvalho, promoveu um concurso para eleger as dez melhores receitas de mozzarela e margherita. O sucesso do evento fez com que a data de seu encerramento, 10 de julho, ficasse instituída como o Dia da Pizza. A data hoje também é comemorada em outros estados.
O chocolate considerado verdadeiro não tem leite e leva pelo menos 25% de massa de cacau. As marcas comerciais não são consideradas chocolate de verdade, segundo os especialistas (sigo amando da mesma forma)
A Rainha Elizabeth é chocolatra assumida e já comeu chocolate brasileiro
O estrogonofe verdadeiro não tem catchup nem tomate
A massa não foi criada pelos italianos, e sim pelo chineses
A cerveja foi criada pelos egípcios
Bolinho de aipim é um típico petisco brasileiro, o primeiro de todos!
A feijoada e o feijão com arroz não são originalmente brasileiros
A coxinha é criação brasileira
Batata, tomate, milho e cacau não existiam na Europa, vieram todos das Américas
O Falafel, bolinho frito de grão de bico típico do Oriente Médio, é ancestral do acarajé
A imagem original que usei para esta montagem está disponível neste link, conforme os direitos autorais.
A última quarta-feira foi dia 29. Desde de criança eu ouço que dia 29 é dia de comer nhoque (gnocchi) para ter dinheiro. Eu não fujo à tradição, afinal, não preciso de muitos motivos para degustar aquela massinha de batata com um belo molho de tomate e muito, mas muito, queijo parmesão ralado!
Para mim, faltam alguns quilos de queijo ralado aí nesse prato.
O nhoque da sorte é uma tradição de origem italiana. Conta a lenda que em um certo dia 29, São Pantaleão andava pelas ruas de um vilarejo da Itália vestido como um andarilho qualquer. Ele estava faminto e recebeu ajuda de apenas uma família. Apesar de terem pouco a oferecer, ele foi convidado para sentar à mesa com eles.O prato era nhoque e, tinha tão pouco, que foram servidos exatamente 7 nhoques para cada pessoa. São Pantaleão matou fome e, ao sair, desejou sorte aos anfitriões. Na hora de recolher a louça, eles encontraram várias moedas embaixo de cada prato. Desde então, dizem que é preciso comer nhoque todo dia 29 sem esquecer de colocar uma moeda ou nota de dinheiro embaixo do prato. Ao saborear os sete primeiros se deve mentalizar pedidos para que nunca falte comida na mesa nem dinheiro no bolso.
Alguns dizem para guardar o dinheiro até o dia 29 seguinte e gastar só depois disso, outros afirmam que é para doar a quem precisa. Independente do que você acredita ou não, não custa comer este prato, vai que dá certo?
O prato símbolo da cozinha brasileira tem origens europeias. Mas isso não importa, ela é o acompanhamento perfeito para uma caipirinha de cachaça e um bom samba! Saiba mais sobre isso e ainda aprenda uma receita do Rio de Janeiro!
Falou em Brasil, falou em feijoada. Principalmente se essa imagem de Brasil tiver uma caipirinha e um samba. Entretanto, um dos maiores símbolos da gastronomia nacional não foi criado aqui, tem origens europeias. Os portugueses, em especial no Norte do país, comem e já comiam porco e feijão preto, ingredientes básicos da receita. O que fizemos aqui foi dar nossos toques especiais e elevar o sabor ao patamar que conhecemos. Isso realmente faz sentido, afinal, feijoada é um prato pesado que não combina com o calor do Rio de Janeiro, por exemplo, onde é super popular.
Quem me contou estes fatos foi o historiador Milton Teixeira. Segundo ele, a versão de que a feijoada surgiu com os escravos, que a preparavam com as partes do porco que os senhores não queriam, como rabo e orelha, é falsa. “Todos os países europeus têm pratos assim, com carnes variadas, conforme a disponibilidade local. Nossa feijoada surge a partir da adaptação de um prato francês, o cassoulet”, (se pronuncia cassulê). O historiador explicou que no século 18 tudo o que era da França virou moda, e não foi diferente em Portugal. O Cassoulet é feito com feijão branco e diversas carnes, como porco, frango e até perdiz, de acordo com o que se tiver. Os lusitanos passaram a usar feijão preto, pé de porco, linguiça e tudo mais que conhecemos. Chegando aqui, ganhou novas roupagens. Hoje os acompanhamentos obrigatórios são arroz, farofa, couve, laranja e torresmo. A farofa é 100% brasileira.
A feijoada, com seus acompanhamentos clássicos, não é mais apenas a comida popular do dia a dia. É Também um cardápio de festa.
Entretanto, não é por ser estrangeira que ela não tem espaço nas nossas panelas e corações. Aqui no Brasil, ela foi transformada em algo especial. No Rio de Janeiro, antiga capital da Corte, eu nunca comi feijoada ruim, sério! Desde os restaurantes mais simples, até os mais caros e grandes eventos, todos sempre servem uma feijoada maravilhosa. Mas o destaque vai para a da Dona Leninha, tia de um amigo. A aposentada Rutelene de Lacerda, ou apenas Leninha, mora em Niterói, região metropolitana da capital fluminense. A feijoada dela está presente em todos os eventos da família, que é bem numerosa. É o cardápio oficial de qualquer festa: de aniversários a reuniões aos domingos. É uma das melhores, se não for a melhor, que já comi na vida!
Dona Leninha começando os trabalhos
Já que vocês, leitores, não podem degustá-la, deixo a receita.
Para 1,5kg de feijão preto ( a família é grande) ela usa uma panela de pressão de 10 litros. Os ingredientes são:
1 kg de carne seca
1 chispe, que é o pé do porco
500g de costelinha de porco defumada e salgada
500g de linguiça calabresa
500g de lombo de porco salgado
200g de bacon
alho
1 cebola
3 folhas de louro
pimenta preta
sal
A carne seca, a costela, o pé e o lombo são deixados de molho já na véspera. No dia seguinte escalde-os umas três vezes para retirar o excesso de sal. Leve-os à panela de pressão com feijão, água, cebola, louro e bacon. Deixe cozinhar por 40 minutos. Depois disso, coloque a linguiça, pois ela tem um tempo de cozimento menor. Conforme as carnes estiverem macias, retire-as. A costelinha, por exemplo, cozinha mais rápido e é bom não deixar que desmanche. Ao final, coloque alho frito (você pode fritar na própria gordura do bacon), sal e pimenta do reino. As carnes podem voltar à panela para servir tudo junto. Acompanhe com uma boa farofa, arroz branco, laranja picada e couve mineira. Eis a fórmula do sucesso!
Não deixe de ouvir a versão de rádio desta reportagem, está realmente uma delícia!
O franguinho nosso de cada dia já foi alvo de disputa judicial no Brasil. Pessoas precisaram fazer petição para poder comer a ave. Nunca ouviu falar disso? Eu te conto!
Frango assado, grelhado, frito, com polenta, com arroz, com farofa, na coxinha, no sanduíche…. A carne de galinha, ou frango, é super versátil e “menos polêmica”, já que, em princípio, o consumo da ave não é proibido por religiões, como acontece com o porco, exceto entre praticantes de alimentação vegetariana ou vegana.
salve-se quem puder!
A carne deste animal é a segunda mais consumida no mundo, atrás da suína e na frente da bovina. O dados foram divulgados em 2017 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA, que estima que a população mundial coma por ano 87,6 milhões de toneladas. O Brasil é o quarto maior mercado, o consumo médio é de 9,1 milhões de toneladas. O maior de todos são os Estados Unidos, com taxa anual de 15,5 milhões de toneladas.
Tudo isso é para dizer que sim, quase todo mundo come! Mas nem sempre foi assim. Vamos falar sobre o Brasil. Segundo o historiador Milton Teixeira, os índios brasileiros não conheciam galinhas, o animal seria originário da Ásia. Os nativos foram apresentados às penosas pelos portugueses, que trouxeram umas quantas nos navios ao desembarcarem em terras tupiniquins pela primeira vez, em 1500. Segundo o historiador, o fato foi documentado. “Há relatos na carta de Pero Vaz de Caminha de que os portugueses apresentaram as aves aos índios”, explica. Entretanto, a carne do animal não foi apreciada logo de cara pelo índios. Segundo Milton Teixeira, eles comiam apenas os ovos. “Há relatos de que no século 16 havia aldeias onde era impossível caminhar devido à grande quantidade de galinhas”, revela o historiador. Quem mostrou que a carne poderia ser degustada foram os portugueses, que realmente gostavam muito!
Corte portuguesa chegando ao Rio de Janeiro
Dom João VI, o devorador de galinhas
Ao chegar ao Brasil, a corte portuguesa deu um desfalque na então capital, Rio de Janeiro. Segundo o autor do Livro “1808- como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, Laurentino Gomes, os nobres consumiam, por dia, 513 galinhas, frangos, pombos e perus. Sem contar as 90 dúzias de ovos.
Sem dúvida, grande parte ia para o prato do rei Dom João VI. Ele entrou para história como um grande apreciador de carne de galinha, em especial das coxinhas. Em programas de TV ele costuma ser retratado como um glutão que em qualquer lugar e a qualquer hora tira uma coxa do bolso para comer. Isso foi verdade. O historiador Tobias Monteiro conta que o rei levava em seus passeios e viagens um estoque de galinhas assadas e desossadas. Guardava pedaços nos bolsos de seu casacão encardido e comia enquanto contemplava a paisagem ou parava para conversar com quem viesse saudá-lo.
As piadas sobre o amor de Dom João VI pelos galináceos são mais velhas que andar para frente
Os hábitos custaram caro aos brasileiros. Laurentino Gomes conta em sua obra que foi determinado que todas as aves deveriam ser vendidas preferencialmente aos agentes da lei, o que gerou escassez para a população. Já o historiador Milton Teixeira vai além, segundo ele, chegou a ser emitido um decreto que determinava a apreensão de todos galos, galinhas e frangos no Rio de Janeiro, medida que evitaria que a nobreza ficasse sem seus pratos prediletos. Sem dúvida o povo ficou revoltado, criaram então uma petição exigindo o fim da lei e foram atendidos.
Agora que contei algumas curiosidades sobre esta ave, que parece tão trivial, talvez você passe a olhar as asinhas crocantes no seu prato com outros olhos!
Escargot, ou apenas lesma, é uma iguaria da culinária francesa. Antes de fazer cara de nojo, saiba que comi e adorei!
Você comeria uma lesma? E escargot? São a mesma coisa, mas o segundo nome já remete à imagem da sofisticação da culinária francesa. Recentemente, aqui em São Paulo, vi uma lata de no máximo 200g de escargot em conserva por R$84,00. Em restaurantes, uma porção de seis não sairá por menos de R$50,00. É caro, é diferente e bom!
Degustei esta iguaria em 2012, quando viajei ao Marrocos. Aliás, foi uma das melhores viagens da minha vida! Fiquei alguns dias em Marrakesh, foi lá que comi, mais precisamente em Jemaa El-Fna, uma praça cheia de barraquinhas de comidas típicas e muito frequentada por turistas e moradores.
Minha cara de dúvida ao comer o primeiro. Foto: arquivo pessoal
Os bichinhos são comida de rua, as barraquinhas vendem um ensopado de lesmas. Não lembro o preço, mas com certeza não era algo caro. Os marroquinos adoram, e não é para menos. A lesma tem uma textura firme, que lembra carne, assim como o sabor, que tem também um toque defumado e terroso. Uma delícia super diferente. No fim você toma o caldinho, igualmente bom. Entretanto, confesso que precisei fechar os olhos para comer. O bichinho é cozido dentro da concha e na hora de comer se retira ele com um palitinho. Nessa parte fiquei com nojinho, pois precisei olhar, mas depois valeu a pena.
É importante destacar, todavia, que os caracóis servidos como alimento não são catados por aí em qualquer jardim ou canteiro. A criação deste animal se chama Helicicultura. Eles são criados especialmente para consumo humano. Os cuidados específicos de higiene e qualidade justificam o preço elevado.
A série de cuidados específicos na criação faz com que seja um dos pratos mais caros do mundo.
O nome tem origem francesa e não é por acaso que é consumido no Marrocos: o país foi colônia francesa entre o século 19 e o início do século 20, tanto que os idiomas oficiais são Árabe e Francês. Outra curiosidade é que é considerado afrodisíaco! Diversos estudos mostram que é um dos alimentos mais antigos, basicamente era o que o homem comia por ser o que encontrava mais facilmente. Em escavações arqueológicas em cavernas na Europa foram encontradas ossadas humanas ao lado de conchas de escargots. Recomendo!
Débora Campos usou a alimentação para tratar dos problemas de saúde dos filhos adotivos e para se aproximarem. Hoje Gabriela e Tiago estudam medicina e Tiago não precisa mais tomar remédios para hiperatividade e déficit de atenção.
A publicitária mineira Débora Campos contrariou as estatísticas e adotou um casal de irmãos com idade entre 5 e 8 anos. A maioria dos candidatos para adoção pede crianças menores, de preferência bebês. Entretanto, ela apenas queria ser mãe. Sua família foi encontrada em 2006, em Santa Catarina. Débora e o marido foram chamados para conhecer seus filhos, Tiago e Gabriela, com 6 e 7 anos respectivamente. “Chegamos lá e eram duas crianças lindas, eles foram um presente”, conta a mãe orgulhosa.
As crianças chegaram com inúmeros problemas de saúde devido à má alimentação na primeira infância, ambos estavam subnutridos. Gabriela tinha anemia e colesterol alto, Tiago foi diagnosticado com hiperatividade e déficit de atenção. Também havia complicadores emocionais: eles foram adotados anteriormente e devolvidos, além de terem passado por mais de um abrigo. Médicos e nutricionistas recomendaram cuidados redobrados com a dieta dos dois, em especial a do menino.
Os irmãos chegaram ao lar com sérios problemas de saúde. Crédito: arquivo pessoal
A mãe foi orientada a retirar todos os estimulantes da alimentação do filho, como café, refrigerantes, açúcar e, inclusive, carne. “Foi uma grande surpresa, pois a alimentação deveria ser muito balanceada em termos de frutas e verduras e eu não sabia se eles comiam direito, tudo tinha que ser muito calculado”. Ela procurou uma segunda opinião e ouviu novamente que era preciso adaptar a alimentação, mas não cortar, apenas diminuir os estimulantes. Com a ajuda de uma nutricionista ela montou a dieta dos dois. O açúcar foi reduzido em 80%. “Nas festinhas e em ocasiões especiais eles comiam doces, mas no dia a dia não. Chegou uma época que o Tiago achava tudo muito doce e passou a rejeitar bombons, por exemplo”.
O açúcar refinado das receitas foi substituído por calda de cana-de-açúcar, frutas secas e mel. Alimentos de origem animal e gorduras drasticamente reduzidos e muita variedade de vegetais. “Para mim foi muito difícil porque eu não sabia cozinhar esse tipo de comida, comecei a comprar livros, pesquisar receitas, fazer cursos, ir a diversos nutricionistas”, lembra Débora.
Além disso, ela passou a levar os filhos rotineiramente ao seu sítio para que pudessem brincar em contato com a natureza. “Brincavam com terra, animais, lama, horta, eles colhiam os alimentos, que iam direto para o prato”. Débora também passou a fazer uso de muitos chás, em especial os calmantes para o filho. A alimentação diferenciada foi também uma forma de unir a família. Ela chamava os pequenos para ajudarem na elaboração das receitas e na escolha dos ingredientes. “A comida é também amor e une as pessoas, a alimentação foi uma forma de nos aproximarmos”.
O tratamento de Gabriela foi mais simples e rápido. Já Tiago tomou medicação para controlar o TDAH, além da dieta especial. Débora chegou a duvidar inicialmente do tratamento alternativo, mas o esforço valeu a pena: após cinco anos de remédios, o psiquiatra afirmou que não era mais necessário fazer uso dos comprimidos graças à alimentação. Além dos cuidados com o cardápio, foram adotadas estratégias para que ele pudesse se concentrar na escola, como fazer origami durante as aulas. “Realmente notei que teve diferença esse tratamento natural, a alimentação deu um reforço, ele ficou visivelmente mais calmo”.
Hoje eles não são vegetarianos, mas têm por hábito comer pouca quantidade de carnes. A regra que seguem é que 80% do que comem é saudável, e 20% são besteiras, como chocolates e batatas fritas. A saúde de ambos é invejável. Agora são futuros médicos e moram na Argentina, onde fazem a graduação. Já Débora tomou novos rumos após a experiência. Ela estuda Gastronomia e há 12 anos tem o blogue Viverdequê?, onde compartilha seus conhecimentos. A blogueira já conquistou mais 2,5 milhões de acessos, 38 mil inscritos no YouTube, 15 mil seguidores no Instagram e quase 70 mil curtidas no Facebook. “A comida une as pessoas”, define ela.
A comida ajudou a estabelecer os laços afetivos. Crédito: Tiago Tavares